Coberturas

O domingo amanhecia tão quente quanto o dia anterior, servindo como aviso de que seria um dia para ingerir muito líquido e andar junto ao protetor solar. A movimentação em torno do Memorial da América Latina era menor do que no dia anterior, talvez como consequência da necessidade de recuperação para alguns, antes que pudessem voltar ao front. Fato é que ainda estaria por vir mais um dia cheio de performances e muito agito.

O dia começava cedo para as muitas pessoas que atravessavam a rua da Barra Funda para se alinharem à fila que começava a tomar forma em frente ao Memorial da América Latina. Um grande número já enfileirado de camisas pretas que se demonstravam ansiosas para o dia, aproveitando o clima festivo muitas vezes com uma cerveja em mãos.

Os finais de semana estão cada vez mais lotados de eventos e apresentações vindas de todos os cantos do mundo. A cena nunca antes esteve tão em alta, com várias opções de rolês e shows para satisfazer cada subgênero do rock e metal. Mas se engana quem pensa que o foco e a atenção do público estão somente voltados ao exterior, com uma cena nacional extremamente ativa, seja ela em um caráter mais mainstream ou underground.

Este vem sendo um excelente início de ano para os amantes do metal extremo, com ainda diversos eventos já confirmados nesta primeira metade do ano, que prometem manter as casas de shows ocupadas e os moshes cheios. E um bom exemplo de um desses dias se deu no último dia 21 de fevereiro, com o retorno de dois grandes nomes que não viam o solo brasileiro há um bom tempo.

Mais ovacionados do que a própria banda, o veículo transportando os geradores chegou, onde, após mais alguns minutos de espera, a sensação de “então que se faça luz” rolou, iluminando todo o espaço e mostrando que a noite ainda só estava começando. Nesse quesito, o pessoal da Caveira Velha realmente estava de parabéns, não deixando a peteca cair e dando os pulos e corres para fazer a noite acontecer.

Dos dias cinco a onze de março, aconteceram pelas terras do verde e amarelo cinco apresentações do tão aguardado Supercharged Worldwide In 25’, a turnê do The Offspring que prometia entregar (e, spoiler, definitivamente conseguiu) shows inesquecíveis por aqui. Com leves alterações em seu lineup para alguns estados, com menos bandas de apoio em algumas localidades, São Paulo e Curitiba foram as selecionadas para o que foi conhecido como “Punk is Coming”, um verdadeiro festival com curadoria do The Offspring que contou também com as bandas: Amyl and the Sniffers, The Warning, The Damned, Rise Against e Sublime.

Entre um abraço coletivo e uma saudação a um público que os ovacionava sem parar, fechou-se a passagem do Vapors of Morphine pelo Brasil, reforçando por completo o legado iniciado com Mark Sandman, que não só se mantém de pé, mas que vive e respira criatividade através de três músicos que, ainda que estejamos apenas no começo do ano, certamente já ingressaram para a lista das melhores performances de 2025.

Não existe um dia melhor para blasfemar do que um sábado ensolarado na cidade de São Paulo, especialmente em um local volumoso, porém intimista, como o Carioca Club. E era lá que uma tranquila fila se formava, com os fãs mais assíduos do Rotting Christ desembocando já pela manhã, dispostos a enfrentar o calor em prol da banda, que retornava ao Brasil em menos de um ano para uma grande turnê passando por dez cidades brasileiras.